Os esforços para elevar os níveis de eficiência, assertividade, economicidade e sustentabilidade na construção civil ganham mais um impulso em Pernambuco, com a criação local do Pacto BIM. A iniciativa, inédita no Brasil e encabeçada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (ADEMI), busca ampliar a presença digital nos processos construtivos, acompanha movimentos nacionais do setor.

A MRV, empresa do Grupo MRV&CO, é uma das pioneiras na implementação do BIM. Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção em português, é uma metodologia que permite gerenciar informações em elementos tridimensionais, a serem utilizadas durante todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde a fase de concepção do projeto, planejamento, orçamento, execução de obra, sustentabilidade, gestão e manutenção. É também uma das três no Brasil que está atuando com a Caixa Econômica Federal no piloto para aprovação dos projetos em BIM.

De acordo com último estudo publicado pela Deloitte, em 2019, o investimento em tecnologias gera, no ciclo de uma obra, redução entre 10 a 30% de horas gastas em projetos, de 5 a 10% o custo da obra e em até 20% o de operação.

“Nós adotamos em todo o Brasil a metodologia para as etapas de projeto, orçamento, obra e planejamento. Iniciamos em 2014, com projetos pilotos, e, ao longo desta década, escalamos e hoje o BIM está presente em 100% das nossas regionais de atuação”, comenta Isadora Branquinho, coordenadora BIM da companhia.

Nesses 10 anos, a empresa investiu mais de R$ 10 milhões para a implementação, operação e sustentação do BIM e aplicou a metodologia em mais de mil projetos. Atualmente, 90% dos projetos protocolados e 75% de obras em andamento no Brasil foram concebidos, total ou parcialmente, com o método. Em Pernambuco, são duas construções em andamento, no Jaboatão dos Guararapes e em Caruaru, e mais 14 serão iniciadas com BIM.

Isadora Branquinho. Crédito: Leandro Guerreiro

“Essa experiência que estamos acumulando desde 2014 permite que sejamos protagonistas no setor e que já consigamos perceber resultados, como melhor governança do projeto, redução de rotinas operacionais, processos mais automatizados, fornecimento de informações estratégicas para a companhia e a possibilidade antecipar a detecção de imprevistos, evitando erros e retrabalho, consequentemente contribuindo para melhoria dos custos e prazos de obra”, relaciona a coordenadora.  Para o cliente, sinaliza ela, os benefícios incluem a assertividade do investimento e um patrimônio e estrutura com melhores possibilidades de gestão.

A utilização da metodologia BIM aprimora a criação e acompanhamento de projetos, ainda em fase inicial, podendo ser empregada até o pós-obra. Na prática, equipes de engenharia, orçamento e arquitetura, por exemplo, desenvolvem os projetos de suas respectivas áreas. Isto é, conseguem dimensionar e computar itens como janela, tipo de piso, posicionamento das unidades, modelos estruturais, de hidráulica ou elétrica, fundação, terraplenagem, entre outros. “Ao final disso, temos um projeto acessível, do ponto de vista de leitura e entendimento de tudo o que está descrito e especificado, com redução de desperdícios e eficiente”, ressalta Isadora.

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